segunda-feira, 14 de novembro de 2011

'Os traficantes deixavam fazer muita baderna', diz professora no Vidigal (Postado por Erick Oliveira)

Moradores do Vidigal que conversaram com o G1 na manhã desta segunda-feira (14), após a ocupação do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque), dizem esperar que, com a presença da polícia, haja crescimento do comércio no local e também mais organização. Muitos reclamam de confusões à noite, motoboys e motoristas irregulares, falta de limpeza, dentre outros fatores.
“Para mim está bom com a polícia aqui. A limpeza e a organização da comunidade podem melhorar muito. Não temos comércio dentro da comunidade, tudo que precisamos, precisa descer (para o asfalto). Falta emprego também”, reclama Edilaine, que vende doces e café em frente a uma casa no alto do morro do Vidigal.
“Eu acho que os traficantes deixavam fazer muita baderna. Tinha som alto de noite, barulho de motos. Faltava organização”, disse a professora Maria Eulália, que mora há 4 anos no local.
Moradores há mais de 20 anos do Vidigal, os mototaxistas Zé Roberto e Valdez esperavam sentados a chuva passar para voltar ao trabalho. Ambos reclamaram da ausência do cumprimento de leis no local.
“Víamos muitas vans de transporte irregulares, inclusive com motoristas menores de idade e outros não habilitados. A presença da polícia aqui irá ajudar na fiscalização e no cumprimento de leis, como usar capacete, cumprir as normas do trânsito. Eles vão ver tudo o que há de ilegal”, disse Zé Roberto.
Já Valdez também reclamou do som alto. “Isso aqui é como um condomínio fechado. Todo mundo se conhece. Mas falta comércio, desenvolvimento. Os poucos bares que estão aqui dentro não ganham nada. Precisa também melhorar o barulho à noite, já melhorou ontem (na madrugada de segunda, após a ocupação do BPChoque)”, disse.
Balanço de presos e apreensõesA Secretaria de Segurança Pública divulgou um novo balanço da operação Choque de Paz, atualizado até as 9h desta segunda-feira (14). Além de uma picape Toyota Hilux apreendida no início da tarde de domingo (13), um outro carro, modelo GM Astra, que pertenceria ao traficante Leão, também foi apreendido, assim como 50 cartões de crédito. Leão, segundo a polícia, é um dos auxiliares de Nem, ex-chefe do tráfico da Rocinha, que está preso em Bangu 1. Também foram apreendidas 75 motos.
Ao todo, cinco pessoas foram presas desde o início da operação. Mais de 300 quilos de drogas foram apreendidos: 120 quilos de maconha (papelotes, tabletes e trouxinhas), 60 quilos de pasta base de cocaína, 135 quilos de cocaína refinada, 135 pedras de crack e 38 comprimidos de ecstasy.
Entre as armas apreendidas estão, 15 fuzis, uma submetralhadora, duas espingardas, 20 pistolas, uma pistola desmontada, três granadas, 61 bombas artesanais, três machados e um facão. Cerca de 16 mil munições de diversos calibres e 171 carregadores diversos também foram encontrados, bem como 20 rojões e sete lunetas, com mira telescópica.
Os policiais descobriram duas centrais clandestinas de TV a cabo, e apreenderam os equipamentos. Também foram apreendidos 21 máquinas caça-níqueis, quatro radiotransmissores, uma réplica de pistola, um notebook, um iPod, uma câmera digital, uma barraca de camping, uma capa de colete, duas gandolas (a gandola é uma peça que substitui o capote usada por militares), uma farda do Exército, uma camisa da Polícia Civil e material hospitalar.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública e o Estado Maior da Polícia Militar pede para que a população denuncie esconderijos de traficantes e de depósitos de armas e de drogas. As autoridades colocaram à disposição vários telefones para denúncias: Disque-Denúncia, 2253-1177; Polícia Militar, 190; Gabinete da chefe de Polícia Civil, 2332-9915.

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