sábado, 4 de fevereiro de 2012

À espera de Harvard, 'supercampeã olímpica' garante vaga na USP (Postado por Lucas Pinheiro)

A 'supercampeã olímpica' Tábata Cláudia Amaral de Pontes, de 18 anos, foi aprovada no curso de física da Universidade de São Paulo (USP). A primeira lista de chamadas da Fuvest 2012 foi divulgada nesta sexta-feira (3).

Tábata participa de olimpíadas do conhecimento desde o ensino fundamental e já conquistou mais de 30 medalhas em competições de física, química, informática, matemática, astronomia, robótica e linguística no mundo todo. No ano passado, ela concluiu o ensino médio como bolsista no Colégio Etapa e encerrou a carreira de "atleta."

Em novembro, o G1 contou a história da jovem. Tábata mora em São Paulo, é filha de uma vendedora de flores e um cobrador de ônibus, e quer estudar astrofísica e ciências sociais na Harvard University, nos Estados Unidos, ou em outra instituição de ensino superior americana. Está participando de oito processos seletivos para conseguir bolsa de estudo.

"Estou feliz por ter entrado na USP, afinal é uma universidade muito boa, mas ainda não sei como vai ser minha vida", diz. Tábata pretende se matricular na USP, mas vai aguardar o resultado dos processos seletivos das instituições americanas para saber se realmente vai estudar no Brasil. Também espera o resultado do vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) que sai nesta segunda-feira (6).

Apoio moral
Durante a festa de comemoração dos aprovados no Colégio Etapa na sexta, Tábata compartilhava a alegria com a amiga Wesla de Souza Monteiro, de 18 anos, que passou em pedagogia. As duas se conheceram no colégio, e Wesla convidou Tábata para ser sua madrinha de crisma, cerimônia da igreja católica. No ano passado, na preparação do vestibular, Tábata ajudou a amiga manter a calma, pois estava muito nervosa.

"Pedagogia não é um curso muito concorrido, mas eu estudei bastante. Agora estou muito feliz, mas já sinto a responsabilidade", afirma Wesla.

Coleção de títulos
A primeira medalha de Tábata em competições de conhecimento foi uma de prata que veio aos 12 anos, em 2005, quando ela fez sua estreia nos torneios estudantis com a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). No ano seguinte, ganhou o ouro e bolsa de estudos da escola Etapa, onde vai concluir o terceiro ano do ensino médio neste ano. De lá para cá, foram dezenas de competições e títulos.

Dentre a coleção de prêmios, um dos mais especiais foi a medalha de bronze conquistada em julho deste ano no mundial de química na Turquia. Representantes de 70 países estavam na disputa. Outra medalha marcante foi o ouro da Olimpíada Latino-Americana de Astronomia e Astrofísica (OLAA), realizada no Rio e em Passa Quatro (MG) em novembro do ano passado.

A vontade de Tábata em estudar fora do país, além de conseguir a fluência no inglês, é de poder desfrutar da boa qualidade e infraestrutura de ensino. Tábata diz que em Harvard, por exemplo, poderá conciliar os estudos dos cursos de astrofísica e ciências sociais. Ela quer ser astrofísica para trabalhar com pesquisas do universo - sua grande paixão - e socióloga para ajudar pessoas, tocar projetos sociais e retribuir as oportunidades que teve na vida.

Nenhum comentário: