Cléber chegou atrasado e foi impedido de realizar a 2ª fase do exame da Ordem
Foto: Bruno Santos/Terra
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Agarrado às grades do portão fechado da Uninove, no campus da Liberdade, o funcionário público Cléber Coutinho, 32 anos, implorava para entrar. "Ainda são duas horas, pelo amor de Deus, a cidade está toda parada!" Não houve jeito. Foi impedido de entrar para a 2ª fase do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em São Paulo. Frustrado nas suas tentativas de abrir uma exceção para seu atraso, concluiu. "Desisto da profissão, não quero mais ser advogado.".
Um pouco mais calmo, o técnico em enfermagem José Marcos Pires, 30 anos, que também encontrou as portas fechadas, reclamou da rigidez no encerramento. "Vim de Itapevi, podia haver uma tolerância", ponderou. Vestido com uma camisa da Gaviões da Fiel, encontrou consolo em poder acompanhar o jogo que decide o campeonato brasileiro de 2011. "Só ser campeão, mesmo para compensar", disse.
No maior local de prova, o campus da Uninove recebeu neste domingo cerca de 4 mil candidatos, de acordo com a OAB. O número de inscritos antes da prova da primeira fase era de 9 mil. Meia hora antes do fechamento dos portões, contrariando o nervosismo da maioria, Aldenora Lopes, 25 anos, relaxava em uma sombra próxima enquanto os postulantes a uma carteirinha da ordem se acotovelavam para entrar no campus.
"Passei na 1ª fase sem estudar nada, nesta é que eu não vou me estressar", garantiu. Ela disse estar preparada para sua especialidade, Direito Penal, para a qual disse ter estudado um mês. Tranquilo, porém fumando, estava o candidato a especialista em Direito Tributário, Caio Galatti, 24 anos. Trajando camisa do Corinthians, sua confiança era tanta que prometeu "dar um gás" para terminar a prova a tempo de ver ao menos um dos tempos do clássico do seu time contra o Palmeiras. "Estamos preocupados com o jogo e com a prova!", disse.
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