Quase cinco meses após a tragédia que resultou na morte de 12 crianças e adolescentes, a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro, começa a atrair pais e alunos da comunidade e prepara uma virada em sua história.
Marcada pelo massacre da manhã de 7 de abril, quando o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira invadiu a escola e atirou contra os estudantes, a Tasso da Silveira tem recebido o dobro de matrículas em relação ao número de alunos que deixaram a escola após a tragédia. Professores também estão procurando a escola para trabalhar. A informação foi destacada por Luciano Pessanha, professor de geografia do colégio, na 7ª edição do Fórum Globo News, realizado nesta terça-feira (30), em São Paulo.
Pessanha diz que a Escola Municipal Tasso da Silveira passa por uma mudança “física e filosófica”. A escola está em obras com o objetivo de se tornar um marco na história educacional do Rio de Janeiro. Além dos recursos do governo municipal, alunos e ex-alunos estão efetivamente participando dessas mudanças. “Muitos pais que tinham tirado os filhos da escola após a tragédia já estão nos procurando para rematricular as crianças”, destacou o professor.
Ele se emocionou ao falar de uma aluna deficiente visual que recebeu de volta na semana passada na escola. Ela precisou da ajuda dos colegas para fugir da classe após o tiroteio. Pessanha dava aula em uma sala ao lado da classe onde o atirador fez vários disparos. Ao perceber o que acontecia, orientou os alunos a arrastarem as carteiras até a porta para formar uma barreira. Todos se deitaram no fundo da sala enquanto o professor ajudava a trancar a entrada com o pé. “Percebi que o atirador forçou a entrada, mas acabou desistindo”, relatou.
Quando o atirador parou para recarregar as armas, o professor abriu a sala e correu para fora da escola. Ele contou que pegou um celular de uma pessoa e ligou para a polícia. Ao voltar para a escola, Welllington já estava morto. Nenhum dos seus alunos foi ferido.
“Foi o dia mais triste da minha vida. Me senti impotente como professor”, disse durante sua palestra no encontro de educadores. “A escola ganhou uma notoriedade não desejada. Balançou, mas está de pé.” Ele conta que a solidariedade de pessoas do país e do mundo foi fundamental para a recuperação psicológica de alunos e professores. Os estudantes fizeram atividades pedagógicas respondendo cartas recebidas de pessoas de outros países. Ex-alunos pintaram os muros da escola. Alunos receberam azulejos para montar um grande painel que será instalado na entrada da Tasso da Silveira.
Desde o ataque, professores têm sentido fobias, agitações, ansiedade e perda de motivação. “Temos de passar por cima de tudo isso sem poder chorar nosso próprio luto”, afirmou. Para o professor, os investimentos também devem ser feitos na formação do corpo pedagógico.
“Nada é mais importante do que investir no professor. Não adianta só colocar computador. Temos de desconstruir nossos métodos de ensino e nos adequar a esta nova realidade. Não formamos recursos humanos, nós formamos cidadãos. É na escola que se forma uma sociedade e a cidadania de um país.”
Marcada pelo massacre da manhã de 7 de abril, quando o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira invadiu a escola e atirou contra os estudantes, a Tasso da Silveira tem recebido o dobro de matrículas em relação ao número de alunos que deixaram a escola após a tragédia. Professores também estão procurando a escola para trabalhar. A informação foi destacada por Luciano Pessanha, professor de geografia do colégio, na 7ª edição do Fórum Globo News, realizado nesta terça-feira (30), em São Paulo.
Pessanha diz que a Escola Municipal Tasso da Silveira passa por uma mudança “física e filosófica”. A escola está em obras com o objetivo de se tornar um marco na história educacional do Rio de Janeiro. Além dos recursos do governo municipal, alunos e ex-alunos estão efetivamente participando dessas mudanças. “Muitos pais que tinham tirado os filhos da escola após a tragédia já estão nos procurando para rematricular as crianças”, destacou o professor.
Ele se emocionou ao falar de uma aluna deficiente visual que recebeu de volta na semana passada na escola. Ela precisou da ajuda dos colegas para fugir da classe após o tiroteio. Pessanha dava aula em uma sala ao lado da classe onde o atirador fez vários disparos. Ao perceber o que acontecia, orientou os alunos a arrastarem as carteiras até a porta para formar uma barreira. Todos se deitaram no fundo da sala enquanto o professor ajudava a trancar a entrada com o pé. “Percebi que o atirador forçou a entrada, mas acabou desistindo”, relatou.
Quando o atirador parou para recarregar as armas, o professor abriu a sala e correu para fora da escola. Ele contou que pegou um celular de uma pessoa e ligou para a polícia. Ao voltar para a escola, Welllington já estava morto. Nenhum dos seus alunos foi ferido.
“Foi o dia mais triste da minha vida. Me senti impotente como professor”, disse durante sua palestra no encontro de educadores. “A escola ganhou uma notoriedade não desejada. Balançou, mas está de pé.” Ele conta que a solidariedade de pessoas do país e do mundo foi fundamental para a recuperação psicológica de alunos e professores. Os estudantes fizeram atividades pedagógicas respondendo cartas recebidas de pessoas de outros países. Ex-alunos pintaram os muros da escola. Alunos receberam azulejos para montar um grande painel que será instalado na entrada da Tasso da Silveira.
Desde o ataque, professores têm sentido fobias, agitações, ansiedade e perda de motivação. “Temos de passar por cima de tudo isso sem poder chorar nosso próprio luto”, afirmou. Para o professor, os investimentos também devem ser feitos na formação do corpo pedagógico.
“Nada é mais importante do que investir no professor. Não adianta só colocar computador. Temos de desconstruir nossos métodos de ensino e nos adequar a esta nova realidade. Não formamos recursos humanos, nós formamos cidadãos. É na escola que se forma uma sociedade e a cidadania de um país.”
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