sábado, 6 de outubro de 2012

Brasil mantém tradição e traz quatro medalhas em olimpíada de química (Postado por Lucas Pinheiro)

A delegação brasileira manteve a tradição desde 1997 e voltou da Argentina no início de outubro, onde ocorreu 17ª Olimpíada Iberoamericana de Química, com 100% da equipe premiada. O paulista Daniel Hara e a cearense Vitória Nunes Medeiros ganharam ouro e outros integrantes da equipe, também do Ceará, os estudantes Gabriel Mathews Pinheiro e Ramon Gonçalves da Silva garantiram medalha de prata.

O evento reuniu 57 estudantes de 17 países. Os competidores tiveram de fazer uma prova prática no laboratório e uma avaliação teórica de química, com cinco horas de duração cada. Apesar dos participantes serem alunos do ensino médio, os exames costumam abordar conteúdos de níveis de ensino mais elevados.

 Para o chefe da delegação brasileira, o professor Sérgio Mello, da Universidade Federal do Ceará (UFC), o desempenho da equipe foi excelente,  já que as provas estavam mais difíceis do que as dos anos anteriores. "Desde 1997, toda a equipe do Brasil é premiada. Neste ano, a delegação correspondeu as expectativas e se comparou ao desempenho dos argentinos (que também conquistaram quatro medalhas) que têm uma equipe muito forte e eram os anfitriões do evento."

O próximo passo, segundo o professor, é treinar a equipe para o desafio internacional que ocorre na Rússia em julho do ano que vem.

'Herdei o espírito de competição'
Daniel Hara, de 18 anos, estudante do 3º ano do ensino médio do Colégio Objetivo, ganhou sua segunda medalha na Iberoamericana de química. No ano passado, no Piauí, levou prata. No total, já acumula dez premiações.

"A prova experimental estava bem difícil, era preciso ter intimidade com os laboratórios, mas como fiz aulas práticas no instituto de química da USP, me saí bem. A teórica estava mais fácil", diz o campeão. Segundo ele, o Brasil é muito respeitado nesta competição por conta do histórico de premiações, e se compara a China nas olimpíadas internacionais.

O jovem começou a participar das olimpíadas aos 14 anos. Para ele, esses eventos estimulam o espírito competitivo e dão oportunidade de aprofundar o conhecimento além da sala de aula. "Herdei o espírito de competição da família do meu pai, que é oriental. Além do mais, tenho afinidade com a área de exatas e gosto de estudar mais do que a dose que o colégio recomenda."

Daniel vai prestar vestibular para engenharia química na Universidade de São Paulo (USP), além de participar do processo seletivo americano, o application, para o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade de Harvard.

A Olimpíada Iberoamericana reúne estudantes da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba, Colômbia, El Salvador, Espanha, Guatemala, México, Peru, Panamá, Paraguai, Portugal, Venezuela e Uruguai. Cada país participa com uma equipe de até quatro estudantes, não universitários, com idade inferior a 19 anos, escolhidos em processo seletivo de abrangência nacional. O concurso começou na Argentina em 1995 e a cada ano ocorre em um país diferente.

Nenhum comentário: