segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Antecipação das questões do Enem foi 'falha contingencial', diz Inep (Postado por Lucas Pinheiro)

Membros do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) defenderam, nesta segunda-feira (31), a anulação do Enem apenas para 639 alunos do Colégio Christus, de Fortaleza, que antecipou 14 questões usadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), de acordo com a Justiça Federal no Ceará.

A defesa foi apresentada ao juiz federal Luís Praxedes Vieira nesta manhã. O juiz afirmou que a decisão sobre a anulação ou não do Enem deve ser anunciada na terça-feira (1º).

A presidente do Inep, Malvina Tuttman, saiu do local sem dar declarações. De acordo com o Ministério da Educação, ela falará à imprensa às 16h (horário de Brasília).

De acordo com a Justiça Federal, a diretora de Ensino Básico do Inep, Maria Tereza Barbosa, afirmou, durante a reunião, que houve uma "falha contingencial" e que não ocorreu uma falha grave. A Justiça Federal afirmou ainda que membros do Inep defenderam que alunos do Colégio Christus foram os únicos prejudicados e, por isso, a prova deve cancelada apenas para os 639 alunos matriculados no ensino pré-universitário da escola da capital cearense.

Ainda conforme a Justiça Federal, Maria Tereza Barbosa citou outras falhas do Enem que não comprometeram a execução do exame. O Inep também afirmou que não houve furto de pré-testes, cujas questões estavam no banco de dados da escola e foram antecipadas.

Depoimento do Ministério Público
O procurador da República Oscar Costa Filho, que entrou com a ação na Justiça pedindo a anulação total da prova, ou das 14 questões antecipadas pela escola do Ceará, não esteve presente no depoimento. Segundo a Justiça Federal, o depoimento do procurador não era obrigatório. Ele já havia defendido que a anulação parcial ou total em todo o Brasil são as únicas formas de manter a isonomia do Enem em território nacional.

Três estudantes de outras escolas também estiveram reunidos com o juiz federal Luís Praxedes nesta manhã e pediram a anulação do Enem. De acordo com os estudantes, os alunos do Christus serão beneficiados mesmo que tenham de repetir o exame, já que terão mais tempo para se preparar para as provas.

Ivone Espíndola, uma das estudantes que conversou com o juiz, avaliou como positivo o depoimento e afirmou ao G1 que está confiante da anulação da prova.

Do lado de fora da sede da Justiça Federal de Fortaleza, alunos de escolas particulares protestaram durante a audiência e pediram a anulação total do Enem 2011.

Entenda o caso
A antecipação de questões foi revelada na quarta-feira (26), quando um aluno do colégio cearense publicou, em seu perfil no Facebook, fotos de quatro apostilas distribuídas por um professor.

O MEC constatou que a escola distribuiu apostilas nas semanas anteriores ao exame com questões iguais e uma similar às que caíram nas provas realizadas no sábado (22) e domingo (23) e, no próprio dia 26, cancelou as provas feitas pelos 639 alunos do colégio.

Os candidatos do Christus poderão fazer novamente o Enem em 28 e 29 de novembro, dias nos quais o exame será aplicado para pessoas submetidas a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas. As questões do Enem que aparecem nas apostilas não serão canceladas.

Os alunos farão uma outra versão do Enem, preparada para detentos de todo o Brasil, na mesma data que eles, em 28 e 29 de novembro.

Em nota, a direção do colégio afirmou que as questões constam em um banco de dados de perguntas que a escola recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover simulados para o Enem. O colégio diz ainda que, “como há o pré-teste de questões utilizadas no Enem, existe a possibilidade de que essas questões caiam no domínio público antes da realização oficial do exame, as quais eventualmente podem compor o banco de dados de professores e de outros profissionais da área de educação”.

Minas Gerais
Outro episódio de questões do Enem 2011 antecipadas aconteceu em Minas Gerais. Um colégio de Belo Horizonte aplicou em setembro um simulado com questão semelhante à do exame realizado nos dias 22 e 23 de outubro.

O exercício pediu aos estudantes que analisassem quatro medidores de energia. Os relógios de luz estão dispostos de maneira idêntica nos dois exercícios, assim como a posição dos ponteiros. Os valores apresentados nos enunciados e nas alternativas de resposta também são semelhantes. A assessoria do Ministério da Educação (MEC) negou nesta sexta-feira (28) um possível vazamento de informações para a escola mineira.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

MEC confirma que questões vazadas eram de pré-teste de Enem (Postado por Lucas Pinheiro)

O Ministério da Educação confirmou nesta quinta-feira (27) que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que vazaram estavam no pré-teste aplicado no Colégio Christus, em Fortaleza, em outubro de 2010.

De acordo com nota publicada no site do MEC, a conclusão foi de que as questões de matemática e ciências da natureza e ciências humanas e linguagens de dois dos 32 cadernos de questões do pré-testes foram copiadas, das quais 14 constavam da prova do Enem 2011.

Ainda, de acordo com o texto, todos os cadernos foram devolvidos, devidamente conferidos, e depois incinerados. Não houve, portanto, extravio do material.

O pré-teste foi aplicado para duas turmas, também sorteadas, uma de 47 alunos e outra de 44 alunos, em um dia normal de aula. Os alunos e a escola haviam sido informados apenas de que se tratava de um pré-teste para o banco nacional de itens, que auxiliaria nas avaliações da educação básica.

Segundo a nota publicada pelo MEC, os pré-testes aplicados pelo Inep seguem procedimentos sigilosos. Apenas os alunos têm acesso aos cadernos durante a aplicação que é acompanhada por três fiscais em cada turma.

O MEC enfatizou que as questões reproduzidas não eram de domínio público, e não poderiam ter sido memorizadas pelos estudantes, devido ao grau de detalhismo e similaridade. Também está afastada a hipótese de que as questões teriam circulado pela web antes da realização da prova.

De acordo com a nota, a decisão do Inep de cancelar as provas realizadas pelos alunos do Colégio Christus baseia-se unicamente no princípio da isonomia, fazendo-se justiça. "Na medida em que os estudantes do colégio tiveram acesso a essas questões, eles passaram a ter vantagem em relação aos demais participantes. Assim, a reaplicação da prova é a melhor forma de compensar prejuízos ou favorecimentos a qualquer participante, já que a metodologia de análise dos resultados permite a comparabilidade", diz o texto.

Entenda o pré-teste do Enem
O MEC divulgou também uma nota explicando o funcionamento do pré-teste do Enem. São provas produzidas com questões que constam em um banco de ítens do Inep. As perguntas são preparadas por professores selecionados e, segundo o ministério, são produzidas dentro do Inep em sala com monitoramento de câmeras. Depois de terminadas, as questões produzidas pelo professor são inseridas no computador e revisadas por um outro professor. Se for aprovada, vai para o banco do Inep.

Ainda segundo o ministério, o pré-teste avalia cada item (questão) sob três aspectos: grau de dificuldade, nível de discriminação (o quanto consegue diferenciar as pessoas que sabem ou não) e probabilidade de acerto ao acaso. Uma prova para pré-teste deve reunir itens de difícil, média e fácil resolução. O número de questões pode variar a cada teste.

O desempenho dos estudantes nos pré-testes determinam o peso de cada questão. Quanto mais alunos acertam uma determinada pergunta, menor o peso que ela terá na prova. As perguntas que fizeram parte do pré-teste vão integrar o banco de itens, mas isso não significa que serão usados no futuro.

Em 2010, o Inep fez pré-testes em escolas públicas e particulares das capitais de dez unidades federativas. As escolas são escolhidas por sorteio e os estudantes são selecionados por amostragem de acordo com seu desempenho em outras provas do Inep. Segundo o MEC, o Colégio Christus, de Fortaleza, participou do pré-teste no ano passado.

Diz ainda a nota: "Durante a prova, em cada sala de aula três aplicadores acompanham o processo, recolhem todo o material e o devolvem ao Inep. De acordo com o ministério, toda a produção do pré-teste segue o esquema de sigilo e segurança do Enem. A empresa aplicadora recebe o material dos Correios e leva as provas à escola onde será aplicada. Um coordenador confere o número de provas.  Em cada sala, um dos três aplicadores tem como atribuição impedir a entrada ou a saída de qualquer material. Ao fim da aplicação, as provas são recolhidas, contadas, lacradas em envelope e devolvidas. Caso haja registro de falta de uma das provas, é aberto processo de investigação. De acordo com o resultado desse processo, as questões são excluídas de forma permanente do banco de itens do Inep".

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

MEC anula Enem de alunos de escola que antecipou questões da prova (Postado por Lucas Pinheiro)

O Ministério da Educação anunciou no final da tarde desta quarta-feira (26) que os 639 estudantes do Colégio Christus, de Fortaleza, que fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), terão suas notas anuladas e vão precisar fazer novamente a prova.

O MEC constatou que a escola distribuiu apostilas nas semanas anteriores ao exame com dez questões iguais e uma similar às que caíram nas provas realizadas no sábado (22) e domingo (23). Os candidatos do Christus poderão fazer novamente o Enem em 28 e 29 de novembro, dias nos quais o exame será aplicado para pessoas submetidas a penas privativas de liberdade e adolescentes sob medidas socioeducativas. As questões do Enem que aparecem nas apostilas não serão canceladas.

O MEC, por meio da autarquia Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), organizadora do Enem, justifica, em nota oficial, que o ocorrido configura uma quebra de isonomia e informa ainda que possíveis sanções contra o colégio ou seus proprietários vão depender da conclusão das investigações da Polícia Federal. Segundo a nota, "em caso de envolvimento da instituição ou de terceiros, o Inep manifesta desde já sua intenção de processá-los civil e criminalmente".

Veja a íntegra da nota do MEC/Inep:

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) prestou os seguintes esclarecimentos, depois de avaliar as informações que circularam nas redes sociais nas últimas 24 horas, notadamente na cidade de Fortaleza, no Ceará:

1. Depois de revisados todos os procedimentos da aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011, e sem encontrar nenhuma ocorrência de incidente, concluiu-se que não houve vazamento na sua aplicação. Em vista disso, decidiu acionar a Polícia Federal para esclarecer de que maneira os estudantes do Colégio Christus, de Fortaleza, tiveram acesso a questões do Enem 2011. E, em caso de envolvimento da instituição ou de terceiros, o Inep manifesta desde já sua intenção de processá-los civil e criminalmente.

2. Decidiu cancelar as provas de todos os estudantes concluintes do Colégio Christus, que totalizam 639, com base nas declarações da direção da escola, segundo as quais as questões teriam saído do seu próprio banco. No entender do Inep, esse fato configura uma quebra de isonomia, independente da questão criminal, que seguirá sendo apurada pela Polícia Federal.

3. Nos próximos dias, o Inep vai contatar os alunos que tiveram a prova cancelada e oferecer a possibilidade de refazer as provas nos dias 28 e 29 de novembro próximo.

Colégio diz ter questões em banco de dados
Em nota, a direção do colégio afirmou que as questões constam em um banco de dados de perguntas que a escola recebe de professores, alunos e ex-alunos para promover simulados para o Enem. O colégio diz ainda que “como há o pré-teste de questões utilizadas no Enem, existe a possibilidade de que essas questões caiam no domínio público antes da realização oficial do exame, as quais eventualmente podem compor o banco de dados de professores e de outros profissionais da área de educação”.

O MEC confirma que o Christus foi um dos colégios que tiveram alunos selecionados para fazer este pré-teste do Enem. O pré-teste foi realizado em outubro do ano passado com estudantes de várias escolas para “calibrar” as questões que poderiam compor o exame, ou seja, medir quais poderiam ser consideradas fáceis, médias ou difíceis para a composição da Teoria de Resposta ao Item (TRI), mecanismo que dá valor a cada questão e mede a pontuação dos candidatos. A assessoria do MEC diz que nenhuma escola pode se apoderar de questões aplicadas em pré-testes do Enem. Após a aplicação dos simulados, as provas são incineradas.

Alunos acham injusto refazer a prova
Alunos do colégio Christus afirmam desaprovar a ideia de ter de repetir o exame. “A prova é muito longa e cansativa, ninguém vai ter ânimo para repetir”, diz uma aluna do pré-vestibular. Os alunos do Christus falaram ao G1 optando por não se identificar. Eles afirmam que foram orientados a não comentar o assunto. “Eles passaram de sala em sala pedindo para não falar sobre essa história polêmica do Enem”, diz a aluna.

De acordo com os estudantes da sede Pré-Universitário Christus, os alunos tiveram uma série de aulas preparativas para o Enem três semanas antes do exame. Nas aulas eles receberam o material com 100 questões, das quais pelo menos 10 são iguais com as do Enem

Estudante postou apostila
O Enem 2011 custou R$ 238,5 milhões para ser produzido. O exame teve mais de 5,3 milhões de inscritos e reuniu cerca de 4 milhões de candidatos (26,4% dos inscritos não fizeram a prova) no último fim de semana em 1.599 municípios de todo o país. Eles fizeram as provas de ciências da natureza e ciências humanas no sábado, e de linguagens, matemática e redação no domingo. Nesta terça-feira (25), um estudante de 18 anos postou no Facebook fotos de cadernos de questões distribuídos pelo colégio Christus, de Fortaleza, antes do Enem, em que afirma conter pelo menos 11 questões idênticas às das provas do último fim de semana.

Dois alunos do colégio também confirmaram ao G1 terem recebido o caderno com as questões idênticas às contidas na prova do Enem. O Ministério da Educação afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "não houve vazamento da prova" e que acionou na manhã desta quarta-feira (26) a Polícia Federal para investigar o caso.

O diretor do Colégio Christus, Davi Rocha, localizado em Fortaleza, confirmou nesta quarta-feira (26) a existência de questões no banco de dados da instituição iguais a questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) aplicadas no último fim de semana. Segundo Rocha, as questões podem ter chegado ao banco de dados por meio de estudantes que participaram do pré-teste aplicado pelo Ministério da Educação (MEC) para estruturar a prova do Enem.

“Temos professores e estudantes que colaboram com nosso banco de dados de todo lugar (do país). Como o (pré) teste tem muitas questões, um pouco desorganizado até, algum desses estudantes pode ter passado para o banco. Tanto que algumas questões são parecidas, mas não totalmente iguais”, explicou o diretor.

O Ministério Público do Ceará afirmou que vai encaminhar ao Ministério da Educação uma recomendação para a anulação do Enem em todo o país. Em nota, o procurador Oscar Costa Filho disse ter sido procurado por candidatos do exame e que constatou a existência de 13 questões idênticas, literalmente copiadas de um simulado elaborado na cidade de Fortaleza e encontradas nas provas do Enem.

Desde que o Ministério da Educação mudou o formato do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a avaliação se tornou um dos principais meio de acesso às universidades públicas há três anos, uma série de erros compõe o histórico do exame. Em 2009, um vazamento da prova promovido por funcionários da gráfica onde o Enem era impresso resultou no cancelamento do exame e na realização de uma nova prova. Em 2010, erros na impressão de um dos cadernos de prova e no gabarito provocaram uma nova edição do Enem para candidatos que se sentiram prejudicados.

Dez questões idênticas
O estudante ouvido pelo G1 relatou que, depois de ouvir comentários na escola dele sobre a antecipação das questões, resolveu comparar com a prova do Enem. “Comprovei que no material do outro colégio [Christus] havia questões idênticas as das provas de matemática, ciências e linguagens”, afirma. Dizendo-se indignado, o candidato tirou fotos das questões iguais e postou na internet, o que gerou repercussão nas redes sociais.

Após receber cerca de mil comentários no Facebook, o estudante postou: "Gente, eu sei que é revoltante, é uma das provas mais importantes da nossa vida. Mas cuidado com as palavras, muito aluno do colégio recebeu isso e acertou as questões merecidamente. Vamos esperar também por um esclarecimento da escola antes de fazer julgamentos".

O G1 comparou as questões dos quatro livretos da escola com os cadernos Azul, da prova de ciências humanas e ciências da natureza, e Amarelo, da prova de linguagens e matemática, do Enem. Há pelo menos 10 questões iguais e uma similar nos materiais.

Na prova de ciências da natureza, foram detectadas 5 questões idênticas às dos livretos. Em matemática e ciências humanas, são 2 questões iguais em cada um dos testes. Na prova de linguagem, há 1 questão idêntica.

'Surpresa'
Dois alunos do colégio Christus confirmaram ao G1 terem recebido o caderno com as questões idênticas às contidas na prova do Enem. Aluno do curso pré-vestibular, um estudante de 22 anos afirmou que recebeu material de revisão contendo "várias" questões iguais às do Enem duas semanas antes da prova.

"Levei um susto. Na hora, fiz as questões 'no automático', mas queria comprovar para não correr o risco de a resposta ser uma letra diferente do exercício". O estudante preferiu não se identificar por medo de represálias dos colegas que temem a anulação da prova.

Outra estudante, que também não quer se identificar, afirmou que todos os alunos da unidade Nunes Valente, da mesma escola, receberam quatro pequenos livros com 24 questões cada, divididos em ciências da natureza e humanas, linguagens e matemática.

"O professor nos recomendou fazer, dizendo que eram questões possíveis de cair no Enem e que não mostrasse à concorrência, porque enfim... Acho que nenhum colégio diria para mostrar seu material ao concorrente, né?", afirmou.

A jovem relatou que recebeu o material três semanas antes da prova, no início do período de revisão e que achou "estranho" quando percebeu que havia questões iguais às do exercício que recebera. "Fiquei surpresa quando vi, e feliz, claro". Para ela, as questões não eram difíceis, "mas já era garantido".

terça-feira, 25 de outubro de 2011

MEC divulga gabarito oficial do Enem (Postado por Lucas Pinheiro)

O Ministério da Educação (MEC) divulgou, na tarde desta terça-feira (25), o gabarito oficial da edição 2011 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado neste sábado (22) e domingo (23). Os documentos estão disponíveis para download no site do Enem.

Na segunda-feira (24), o Inep havia divulgado os cadernos de provas utilizados pelos candidatos, divididos por cor.

Cerca de 4 milhões de pessoas fizeram as provas no sábado (22) e no domingo (23). No total, mais de 5,3 milhões de estudantes se inscreveram no exame, mas a abstenção média, segundo o MEC, foi de 26,4%, o que representa mais de 1,4 milhão de candidatos. O número bateu recordes neste ano.

Segundo o edital do Enem, o resultado individual das provas, que inclui a correção e nota da redação, será divulgado em 4 de janeiro de 2012.

Entenda o sistema de pontuação do Enem
O Enem usa um sistema de pontuação diferente dos vestibulares. A correção é feita com base na Teoria da Resposta ao Item (TRI), na qual cada questão tem um valor específico de acordo com seu grau de dificuldade. Isto significa que dois candidatos que tenham acertado o mesmo número de questões do Enem não terão necessariamente a mesma pontuação.

O Enem é composto por quatro provas objetivas (ciências humanas, ciências da natureza, matemática e linguagens), cada uma com 45 questões cada, e mais uma redação.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza o Enem, a TRI reduz as chances de acerto por "chute" das respostas do Enem. Na TRI, o foco é no item, como é chamada cada questão, e não no total de acertos. Aluno que mostra padrão de resposta médio ao longo da prova, se acerta uma questão de padrão mais difícil pode aparecer uma resposta aleatória.

A TRI é o conjunto de modelos que relacionam uma ou mais habilidades com a probabilidade de a pessoa acertar a resposta. Cada item/questão é construído um modelo representado por três parâmetros: a discriminação (que ajuda a diferenciar a habilidade dos alunos), o grau de dificuldade e o acerto casual. Já o vestibular, como da Fuvest, por exemplo, utiliza a Teoria Clássica dos Testes (TCT). Quem acertar mais perguntas, soma mais pontos.

De acordo o sistema usado pelo Inep para cada item/questão é construído um modelo representado por três parâmetros: a discriminação (que ajuda a diferenciar a habilidade dos alunos), o grau de dificuldade e o acerto casual.

A TRI é usada desde 1995 nas provas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que mede o desempenho de estudantes do ensino fundamental e médio. A teoria começou a ser aplicada no Enem em 2009, para garantir a possibilidade de comparação das notas de diversos anos.

Prova bem feita e cansativa
Os professores de cursinho ouvidos pelo G1 consideraram que as provas de ciências da natureza e de ciências humanas, aplicadas no primeiro dia do Enem, no sábado (22), mostrou uma evolução em relação aos anos anteriores. Eles destacaram que as provas de ciências da natureza e de ciências humanas apresentaram temas relevantes e cobrou mais conteúdo em relação a 2010.

Edmilson Motta, coordenador geral do Etapa, disse que o MEC trouxe um Enem mais aprimorado. “Houve uma evolução considerando os exames anteriores”, disse. Para Motta, a prova apresentou um aumento da exigência do conteúdo, mas o maior foco ainda estava no texto, que é parte decisiva do exame. “Sobre o grau de dificuldade não vejo nenhuma grande mudança em relação ao ano passado. É uma prova média que se dificulta mais pela extensão do que pelo nível das questões”, afirmou.

Luis Ricardo Arruda, coordenador geral do Anglo, afirmou que de modo geral, o Enem abordou temas relevantes, mas pecou com imprecisões em questões de biologia. “Em algumas perguntas [como a de número 52, da prova branca] o texto não dialoga com a pergunta, torna-se desnecessário, o que atrapalha o candidato, já que o tempo é um fator relevante.”

O segundo dia foi considerado cansativo tanto para os estudantes quanto para os alunos. O exame reuniu 90 questões de linguagens, códigos e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, além da redação.

Simone Ferreira Gonçalves Motta, professora de português do Etapa, afirmou que ao tema da redação - "viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado" - permitiu que o aluno pudesse trabalhar em profundidade com a argumentação. "Não existe nada fácil quando se fala de elaboração de ideias, mas o tema é muito próximo do aluno e isso pode ter facilitado o processo."

Luis Ricardo Arruda, coordenador Anglo, disse que de modo geral a prova estava bem elaborada, porém em literatura, os professores do cursinho reclamaram que a banca se limitou a autores recentes. Em português, segundo ele, o maior problema para os candidatos foi o tempo. "Três minutos foram insuficientes para responder cada questão."

A prova de matemática trouxe muitas questões com gráficos e tabelas para buscar dos alunos a interpretação das imagens apresentadas. Também foram abordadas questões de geometria plana e geometria espacial.

Segundo o professor Felipe Rossi, do cursinho de A a Z, do Rio, as questões mais fáceis da prova de matemática são as relacionadas à conversão de medidas (como, por exemplo, a pergunta sobre o carro em miniatura e a mecânica do pistão), além da questão sobre o guarda-chuva, que pedia apenas o nome da figura geométrica do cone. Errar essas questões simples compromete o resultado final, por causa do sistema de correção do Enem.

domingo, 23 de outubro de 2011


INSS acionará motoristas por acidentes com vítimas


                                                INSS

O INSS decidiu processar judicialmente os motoristas responsáveis por acidentes de trânsito cujas vítimas são assistidas pela Previdência Social.
O objetivo do INSS é obrigar os motoristas relapsos a devolver à Previdência as verbas que bancam pensões por morte, aposentadorias por invalidez e o auxílio acidente.
A iniciativa é inédita. Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social, Mauro Luciano Hauschild (foto), diz que as primeiras ações serão ajuizadas já nesta semana.
Mauro Hauschild afirma que serão processadas “pessoas que dirigem embriagadas, em altíssima velocidade, com seus carros importados, de cifras milionárias.”
Gente que, nas suas palavras, dirige automóveis “sem compromisso e sem responsabilidade.”
Motoristas que “acabam por matar trabalhadores nas estradas e paradas de ônibus.”
O mandachuva do INSS anunciou a novidade num seminário sobre prevenção de acidentes de trabalho promovido pelo TST.
As declarações de Mauro Hauschild foram reproduzidas em notícia veiculada no site do Tribunal Superior do Trabalho. Pode ser lida aqui.
Ele explicou que os processos contra motoristas seguirão a mesma linha das ações que o INSS costuma abrir contra empresas culpadas por acidentes de trabalho.
Chama-se “ação regressiva”. Serve para que o INSS recupere o dinheiro que custeia o socorro aos acidentados no trabalho.
Está prevista no artigo 120 da lei 8213, de 1991. Anota o seguinte: “Nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho…”
“[…] A Previdência Social proporá ação regressiva contra os responsáveis.”
O INSS avalia que o preceito legal que permite alcançar as empresas relapsas com seus trabalhadores pode ser estendido aos causadores de acidentes de trânsito.
Nos dois casos (trabalho e trânsito), imagina Mauro Hauschild, as ações regressivas devem produzir uma redução no número de acidentes.
Assim como os maus patrões, ela afirma, também os motoristas inconsequentes têm de “indenizar” o Estado.
Não se trata, na visão do presidente do INSS, de ressarciar apenas a Previdência, “mas os milhões de trabalhadores que contribuem” para o seu financiamento.
Ele realçou que são essas contribuições que pagam “os benefícios das vítimas de acidentes”.
Por esse raciocínio, o dinheiro que custeia as pensões e aposentadorias por morte ou invalidez decorrentes de acidentes pertence a “todos os trabalhadores”.
provocadas em É dinheiro, disse Mauro Hauschild dos tra para o fundo, pois quem paga os benefícios das vítimas de acidentes são todos os trabalhadores, com a sua contribuição”.
Hauschild lembrou que “é do fundo que saem as pensões por morte, aposentadorias por invalidez e o auxílio acidente”.
Resta agora saber se o Judiciário aceitará a tese do INSS segundo a qual a lei que permite acionar empresas pode ser aplicada, por analogia, contra motoristas.
FONTE: Folha online

sábado, 22 de outubro de 2011

Prova do Enem aborda revolta árabe, caras pintadas, internet e combustível (Postado por Lucas Pinheiro)

Temas como revolta árabe, internet, combustíveis, poluição e saúde pública foram abordados no primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com mais de 5,3 milhões de inscritos, o Enem promoveu neste sábado (22) as provas de ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias, cada uma com 45 questões cada.

O G1 teve acesso a um exemplar da prova azul do Enem. A primeira questão da prova trata da primavera árabe e pergunta de que forma a internet influenciou os movimentos populares nos países do Oriente Médio. A prova também trouxe uma questão sobre o movimento dos jovens brasileiros no início dos anos 90, os "caras pintadas", que fez parte do processo que culminou com o impeachmente do então presidente Fernando Collor de Mello. A prova de humanas reuniu questões de história, geografia, sociologia e filosogia.

A prova de ciências da natureza abordou questões de física, química e biologia. Entre os temas abordados estão as fórmulas dos combustíveis, o desmatamento da mata atlântica, o vírus HPV e questões de genética.

Estudantes ouvidos pelo G1 consideraram a parte de química díficil. "Química estava complicada. Tudo parece mais difícil devido ao cansaço. Achei a prova muito longa", concluiu Christiano Adelino, estudante do Rio que concorre a uma vaga para o curso de engenharia. Ele terminou a prova em pouco mais de duas horas.

As provas foram consideradas “cansativas e trabalhosas” por estudantes paulistanos. O excesso de textos foi o maior motivo de reclamações. “Chegava uma hora que ficava chato ler tanto texto. Dava até preguiça. Chutei várias”, disse o estudante Lucas Vinícius dos Santos, de 17 anos. , um dos primeiros a terminar o exame no campus da Uninove situado na Barra Funda, Zona Oeste de São Paulo.

Neste domingo (23), o segundo dia do Enem terá provas de matemática e suas tecnologias, linguagens, códigos e suas tecnologias (que engloba português, lingua estrangeira - inglês ou espanhol, educação física e artes. Os portões serão fechados às 13h (no horário de Brasília).

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

MEC decide por aumento de carga horária em vez de mais dias letivos (Postado por Erick Oliveira)

Em reunião realizada na última terça-feira (18), o Conselho Nacional de Educação considerou mais apropriado ao Ministério da Educação elaborar uma proposta de aumento na carga horária diária dos estudantes em vez da ampliação do calendário letivo de 200 para 220 dias por ano, como queria o ministro Fernando Haddad. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (20) pela secretaria de Educação Básica do MEC, Maria do Pilar Lacerda, em sua página pessoal no Twitter e no Facebook.
"Não teremos a ampliação para 220 dias letivos. O ministro Haddad convocou uma reunião, no dia 18 passado, com entidades de professores, estudantes, parlamentares, gestores e universidades. O consenso é que é melhor manter os 200 dias e ampliar a carga horária diária. E democraticamente, o ministro Fernando Haddad acatou a proposta", escreveu a secretária.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, apresentou apresentou há um mês, em Brasília, o resultado de uma pesquisa que levou o MEC a avaliar o aumento de até quatro semanas no calendário letivo da educação básica do país no sistema público e privado. Atualmente, o Brasil tem 200 dias, como prevê a Lei de Diretrizes e Bases (nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996) no ano letivo e carga horária de 800 horas. O ministro propunha um amplo debate sobre a ampliação da carga horária escolar para 220 dias ao ano, ampliando a carga horária para 1.000 horas.
Haddad convocou uma reunião com educadores do Conselho Nacional da Educação para debater o tema. Os conselheiros acharam melhor aumentar a carga diária do que o número de dias letivos. Para isto será preciso que o Congresso Nacional aprove a proposta mudando a Lei de Diretrizes e Bases.
Uma pesquisa coordenada por Ricardo Paes de Barros, subsecretário da Secretaria de Asssuntos Estratégicos da presidência, mostrou que dez dias a mais de aula aumentam em 44% o aprendizado dos alunos e em sete pontos a nota dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Essa melhoria pode ser atingida aumentando a exposição do aluno ao conhecimento.
Segundo o pesquisador, o aumento da exposição pode ser feito com ampliação da jornada diária e com a diminuição das faltas dos alunos e dos professores durante o ano letivo. Mas a alternativa mais atraente, segundo Barros, é a que tem o menor custo. "Em termos de custo é melhor porque na outra alternativa (mais horas/aula por dia ou menos alunos por sala) você precisa aumentar o espaço na escola colocando restaurantes e espaços esportivos."
A outra variável que provoca melhora é a qualidade do professor. O estudo mostrou que um bom professor em sala de aula tem o impacto de 9,6 pontos no Saeb, 20 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e 68% de melhoria do desempenho do aluno. "Tem um enorme impacto entre se consultar um bom ou um mau médico. Com o professor também é assim, mas a gente não valoriza a profissão e deixa o profissional mais experiente migrar para a rede privada", destacou o pesquisador. Ainda de acordo com ele, o impacto no Saeb com professor experiente seria de 3,3 pontos.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Sistema de questões usado no Enem reduz chances de acerto por 'chute' (Postado por Lucas Pinheiro)

O Exame Nacional de Ensino Médio (Enem 2011), que será realizado neste sábado (22) e domingo (23) para mais de 5,3 milhões de candidatos de todo o país, utiliza um sistema de cálculo matemático diferente dos vestibulares na hora do cálculo da nota de cada candidato. A Teoria de Resposta ao Item (TRI), usada do Enem, relaciona uma ou mais habilidades do estudante com a probabilidade de acerto da resposta. Cada questão tem um nível de dificuldade diferente e, consequentemente, valores diferentes. Assim, dois estudantes que acertarem o mesmo número de questões não necessariamente terão a mesma nota final no Enem.

O Enem é composto por quatro provas objetivas (ciências humanas, ciências da natureza, matemática e linguagens), cada uma com 45 questões cada, e mais uma redação.

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza o Enem, a TRI reduz as chances de acerto por "chute" das respostas do Enem. Na TRI, o foco é no item, como é chamada cada questão, e não no total de acertos. Aluno que mostra padrão de resposta médio ao longo da prova, se acerta uma questão de padrão mais difícil pode aparecer uma resposta aleatória.

A TRI é o conjunto de modelos que relacionam uma ou mais habilidades com a probabilidade de a pessoa acertar a resposta. Cada item/questão é construído um modelo representado por três parâmetros: a discriminação (que ajuda a diferenciar a habilidade dos alunos), o grau de dificuldade e o acerto casual. Já o vestibular, como da Fuvest, por exemplo, utiliza a Teoria Clássica dos Testes (TCT). Quem acertar mais perguntas, soma mais pontos.

Renato Júdice, gerente da área técnica da Avalia, explica que a TRI usada no Enem é como uma consulta ao oftalmologista. “O objetivo principal do Enem não é selecionar os melhores para as universidades, mas medir o nível de conhecimento de cada estudante do ensino médio”, diz. “Assim, em uma analogia, o Enem seria como o oftalmologista tentando descobrir o grau de miopia do paciente. Ele vai colocando lente após lente na máquina até descobrir o seu grau, e não quantas vezes o paciente acerta o que está escrito no cartaz. Ou seja, se a competência do aluno é 300, não vou querer contar quantas questões ele acertou, mas quais questões ele acerta para mostrar que está na posição 300.”

Em outra analogia, a TRI seria como o salto em altura do atletismo, no qual o atleta vê o sarrafo subir a cada salto até se medir qual é a altura máxima que ele alcança. “A altura que o atleta salta é a sua proficiência, sua capacidade de saltar”, afirma Júdice. “Então não adianta o Enem ter um monte de questões fáceis, como um sarrafo em uma altura baixa para o atleta. O que o exame quer saber em que altura ele consegue pular o sarrafo, e não quantas vezes ele salta.”

De acordo  o sistema usado pelo Inep para cada item/questão é construído um modelo representado por três parâmetros: a discriminação (que ajuda a diferenciar a habilidade dos alunos), o grau de dificuldade e o acerto casual.

A TRI é usada desde 1995 nas provas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que mede o desempenho de estudantes do ensino fundamental e médio. A teoria começou a ser aplicada no Enem em 2009, para garantir a possibilidade de comparação das notas de diversos anos.

sábado, 15 de outubro de 2011

Ex-gari vira professor da rede pública e sonha ser mestre em universidade (Postado por Lucas Pinheiro)

O menino que aos 12 anos ensinou o tio semianalfabeto a escrever o nome para preencher uma ficha de emprego já mostrava o talento para ensinar. Seguiu a intuição, entrou na faculdade de letras e para pagá-la aos 22 anos trabalhou como gari, varrendo as ruas de Diadema, no ABC, por mais de um ano. João Ailton de Oliveira Santos, de 33 anos, atua na rede pública do Estado de São Paulo e compõe o corpo docente da Escola Estadual José Fernando Abbud, em Diadema.
Neste sábado (15), Dia do Professor, diz que valeu a pena o esforço, que ensinar é gratificante, mas espera que a carreira seja mais valorizada. "Gosto de ser professor, é sensacional. Mas a profissão está um pouco difícil com salas superlotadas, falta de equipamento e salários baixos. O que compensa é o carinho dos alunos", diz.
João Ailton em sala de aula, em escola estadual de Diadema (Foto: Arquivo pessoal) 
João Ailton em sala de aula, em escola estadual de
Diadema (Foto: Arquivo pessoal)
Santos dá aulas de português em turmas da quinta série, sétima série e do primeiro ano do ensino médio. Prefere os alunos dos anos iniciais por achar que eles se dedicam e demonstram mais afeto. Recentemente foi aprovado no concurso público da rede municipal de São Paulo e no próximo ano, se for convocado, pretende conciliar os dois empregos, em São Paulo e em Diadema, com um mestrado. A meta é lecionar em universidades.
'Trabalhador fantasma'
O emprego como gari foi sugestão de seu pai que conhecia o gerente da empresa. Santos não teve dúvidas em aceitar, passou por uma entrevista e logo foi para o batente. O salário era de cerca de R$ 400 mensais, o suficiente para pagar a mensalidade.
"Nos primeiros dias foi um choque porque era um trabalho pesado e braçal que nunca tinha feito. Trabalhava um domingo sim e outro não. Era a pior parte porque neste dia fazíamos a coleta das feiras."
Gari é um trabalhador fantasma, alguém invisível. A pessoa está do seu lado, joga um papel no chão e nem olha para você"
João Ailton de Oliveira Santos, professor
À noite, na faculdade só os amigos mais próximos sabiam do ofício de Santos. "Não falava muito porque sabia que haveria discriminação. Gari é um trabalhador fantasma, alguém invisível. A pessoa está do seu lado, joga um papel no chão e nem olha para você."
Santos não se envergonha da experiência e diz que nesta época aprendeu a ser perseverante, como um professor tem de ser. "A rotina era cansativa, mas não pensava em desistir. Sempre tive incentivo dos meus pais mas sabia que valia a pena batalhar por um objetivo." O professor lembra que os colegas garis diziam que ele aguentaria no máximo dois meses de trabalho e que depois de superar a expectativa e conseguir se manter no cargo, virou exemplo.
O professor só deixou as vassouras quando conseguiu um estágio em um colégio no Jabaquara, Zona Sul de São Paulo, onde estudou. De estagiário, passou a professor eventual - que cobre faltas dos docentes titulares - até ser aprovado em um concurso, em 2004, e seguir para a escola José Fernando Abbud, onde está até hoje.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Justiça derruba decisão sobre acesso à correção da redação do Enem (Postado por Lucas Pinheiro)

Uma decisão do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1) derrubou a decisão que obrigava o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) a disponibilizar a correção das provas de redação do Enem 2011 na internet. A ação foi ajuizada pela Advocacia Geral da União (AGU) sob a alegação de que isto implicaria em atrasos em todo o calendário de realização das provas do Enem.
Ainda segundo a AGU, a liberação do acesso a mais de 6 milhões de provas demandariam a aplicação de milhões de reais na aquisição de equipamentos e serviços, para sua digitalização, criação e disponibilização na internet para o acesso simultâneo de milhões de pessoas. A AGU argumenta ainda que não existe qualquer indício de irregularidade ou prejuízo aos candidatos, já que os textos serão corrigidos por dois professores, de forma que se a diferença da nota for igual ou maior que 300 pontos, um terceiro corretor é escalado para corrigir a questão.
A liminar que autorizava a liberação da correção das provas foi expedida pela 5ª Vara da Seção Judiciária do Maranhão ao aceitar uma ação civil pública do Ministério Público Federal. O MP solicitava uma cláusula que garantisse aos candidatos o direito de obter vistas das provas discursivas com prazo para a formulação de recursos.
Em agosto, o Ministério Público Federal no Distrito Federal e o Inep assinaram, nesta quarta-feira (10), um acordo que garante aos candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) o direito de ter acesso à correção (vistas) de provas a partir de 2012. Atualmente, este acesso não é permitido segundo o edital do Enem.
De acordo com o termo de compromisso de ajustamento de conduta, a medida terá caráter meramente pedagógico, ou seja, os candidatos não poderão apresentar recursos contra as correções.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

USP está entre as 200 melhores universidades do mundo, diz THE (Postado por Lucas Pinheiro)

A Universidade de São Paulo (USP) é a única representante latino-americana entre os 200 melhores centros universitários do mundo, segundo a lista publicada nesta quinta-feira (7), em Londres, pela Times Higher Education (THE). O ranking avalia o desempenho dos estudantes e a produção acadêmica nas área de engenharia e tecnologia, artes e humanidades, ciências da vida, saúde, física e ciências sociais.
A USP, que esta semana liderou o novo ranking latino-americano de centros de educação superior, aparece na 178ª posição na classificação internacional, ao integrar a lista pela primeira vez. A outra universidade brasileira que aparece no ranking, que conta com 400 instituições de ensino superior, é a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que aparece no bloco de posições entre 276º e 300º lugar (não há uma colocação específica). O ranking de 2010 tinha apenas 200 universidades, e nenhuma instituição brasileira constava.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Bactérias em comida provocaram intoxicação de alunos em MS (Postado por Erick Oliveira)

Laudo divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul (Lacen-MS) atestou que as crianças da Escola Municipal de Tempo Integral Iracema Maria Vicente, em Campo Grande, foram intoxicadas por bactéria encontradas em alimentos servidos no almoço, na última terça-feira (27). No total, 180 alunos tiveram diarreia, vômito e dores abdominais.
De acordo com o laudo divulgado pelo Lacen, os exames na amostra do almoço detectaram a presença da bactéria estafilococos. Entre as possíveis causas da contaminação apontada pelo laboratório estão: armazenamento dos alimentos em temperatura inadequada, má conservação e manuseio pós-preparação do alimento feito de forma irregular.
O laudo ressaltou que a toxina produzida pelo estafilococos, resultante de sua reprodução, provoca vômitos e diarreia que duram de uma a seis horas. As crianças que precisaram receber atendimento médico tiveram crises de náuseas, vômito, dor de cabeça e dor abdominal. Elas foram encaminhadas a hospitais e postos de saúde da cidade.
O cardápio do almoço servido aos alunos no dia 27, era composto por arroz com carne moída, feijão, farofa com salsicha e ovo, salada de repolho e tomate. Gelatina foi oferecida como sobremesa.
Alimentos in natura
Segundo informações do Lacen-MS, ainda serão analisadas as amostras dos alimentos in natura, ou seja, sem preparação ou que estavam no estoque da escola. Na última semana, o Laboratório concluiu as análises das amostras de água da escola, que apontaram como negativo em relação à presença de microorganismos.