terça-feira, 15 de março de 2011

'Estou preocupada', diz estudante que vai fazer intercâmbio no Japão (Postado por Erick Oliveira)

O terremoto e o tsunami que atingiram o Japão preocupam estudantes brasileiros que foram contemplados com bolsas de estudo e estão de malas prontas para estudar naquele país. É o caso de Maria Rafaela Emi Nakagawa, de 21 anos, que estuda administração na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. As aulas na Universidade Meio, na Ilha de Okinawa, começam em menos de um mês, dia 11 de abril, e Maria Rafaela aguarda o visto para comprar a passagem.
"Estou ansiosa, mas um pouco preocupada com a situação. Quando consegui a bolsa, minha mãe ficou super feliz e orgulhosa. Agora, quando vê os noticiários, quase fala para eu não ir mais", diz Maria Rafaela que morou no Japão quando era criança. Por enquanto, ela não pensa em desistir da viagem.
Os avós paternos e maternos de Maria Rafaela nasceram no Japão e seu tio e primos ainda moram lá. Durante o intercâmbio, Rafaela vai morar no alojamento da universidade em Okinawa, no sul do Japão, área que não foi afetada pelos terremotos e tsunami. "Sei que lá está mais tranquilo, mas me preocupa um pouco, porque Okinawa é uma ilha e, portanto está muito próxima do mar."
A viagem de Maria Rafaela faz parte de um convênio entre instituições de ensino japonesas e a Universidade Estadual de Londrina permite intercâmbios entre estudantes japoneses e brasileiros. Todos os anos até cinco brasileiros viajam para o Japão e vice e versa.
Três representantes da universidade paranaense devem embarcar nos próximos meses para o Japão. Eles ganharam bolsas de estudo de um ano após passar por uma seleção que inclui análise de currículo, prova e entrevista em japonês. O intercâmbio prevê aulas do idioma e da cultura japonesa. Após dominarem a língua, eles têm possibilidade de cursar outras disciplinas oferecidas pela universidade.
Ansiedade
Wagner Luiz Schmit, de 29 anos, professor de psicologia, é outro intercambista que vai para o Japão. Ele precisa viajar até 30 de agosto. As aulas na Universidade Kanda, em Chiba, começam em 5 de setembro.
Schmit não é descendente de japonês, mas diz que se interessa pela cultura desde criança. "Como pesquiso a área de jogos e educação, acredito que o Japão tenha muito a contribuir. Até pretendo, um dia, fazer pós-graduação lá."
O professor não pretende desistir da viagem, a não ser que a questão nuclear se agrave. "Estamos ansiosos porque não sabemos ao certo o que vai acontecer. A cada dia há novos tremores e a situação muda."
A diretora do núcleo de estudos da cultura japonesa da UEL, Estela Okabayashi Fuzii, disse que tem monitorado as universidades parceiras para avaliar a situação do país. "A preocupação é grande. Nesta semana chegam estudantes do Japão aqui no Brasil. Estamos todos apreensivos. Acredito que as viagens possam ser adiadas."
Estela também tem familiares em Tóquio e na região sul do Japão, mas estão todos bem. "Na casa deles, o terremoto chegou a quebrar objetos de vidros e derrubar vidros. Mas foi mais o susto."

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