segunda-feira, 26 de julho de 2010

Bancos apostam em crédito educativo (Danuza Peixoto)

TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

Uma das modalidades mais populares de financiamento começa a ser olhada, comercialmente, no Brasil.

Trata-se do crédito educativo, que financia o pagamento da universidade para estudantes que pretendem se qualificar e disputar espaço no mercado de trabalho.

Ouça: Falta de garantias prejudica financianciamento para estudantes

Uma vez empregado, o recém-formado adquire renda e começa a quitar a dívida.

O modelo é simples, foi testado no mundo todo, mas nunca existiu no Brasil.

Só agora os bancos comerciais enxergam no produto um mercado potencial, que surge com a emergência das classes C e D. Até então, o modelo predominante era o subsidiado e de caráter assistencial para a baixa renda.

Nos EUA, 80% dos estudantes têm financiamento.

O Itaú começou a oferecer o produto no início do ano, e o Santander pretende lançá-lo nos próximos meses.

Pioneiro, o programa Pravaler, da Ideal Invest, correspondente do banco ABC, já repassou R$ 163 milhões a faculdades desde 2006.

Diferentemente do modelo americano, no Brasil os estudantes começam a pagar parte do empréstimo (50% da mensalidade) já no começo.

Assim, sobra um resíduo menor após a formatura.

Os juros vão de zero a 1,89% ao mês, próximo aos do empréstimo consignado. A universidade arca com um percentual desses juros. Como contrapartida, ela zera o seu risco de inadimplência, que chega a 23%.

No caso do Pravaler, a maioria dos estudantes que recorrem ao crédito trabalha o dia todo, tem 24 anos e postergou a entrada na faculdade por questões financeiras.

O valor médio da mensalidade do estudante com financiamento costuma ser superior ao do aluno que paga com recursos próprios.

"É o estudante que seria eletricista, mas queria se tornar engenheiro. Podia pagar um curso de enfermagem, mas sonhava fazer medicina. Com o financiamento, eles escolhem o curso que querem, e não o que podem pagar. Geralmente, é a primeira pessoa da família com curso superior", disse Carlos Furlan, diretor da Ideal Invest.

Casada e mãe de duas meninas, de 7 e 9 anos, Marcia Bezerra Pinto, 28, trabalha com organização de eventos e decidiu retomar os estudos no ano passado, após o marido terminar a faculdade.

Escolheu psicologia na Universidade de Santo Amaro (Unisa), mas a mensalidade custava R$ 700. Depois de iniciado o curso, optou pelo financiamento do Pravaler.

"Estava muito apertado porque a faculdade que escolhi é muito cara. Queria fazer o curso com mais tranquilidade", afirmou Marcia.

Para Marcos Magalhães, diretor do Itaú Unibanco, 800 mil pessoas poderiam acessar o ensino superior a cada ano, mas não o fazem por problema de renda.

Editoria de Arte/Folhapress

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sábado, 24 de julho de 2010

Mais de 70% das escolas públicas urbanas já estão ligadas à internet de alta velocidade (Danuza Peixoto)

Sabrina Craide
Da Agência Brasil
Em Brasília
O Ministério das Comunicações divulgou hoje que 72,75% das escolas públicas urbanas do país já tem acesso à internet de alta velocidade. No total, são 47.204 estabelecimentos municipais, estaduais e federais localizados em zona urbana no país. A meta do programa Banda Larga nas Escolas, lançado em 2008, é conectar todas as 64.879 escolas urbanas até o fim deste ano.

O levantamento de dados, feito pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), mostra que no primeiro semestre de 2010 foram incluídas 4.206 escolas no programa. São Paulo, Minas Gerais, Maranhão e Bahia são os estados que receberam o maior número de conexões e os estados da Região Norte foram os menos beneficiados. Segundo a Anatel, isso ocorre por causa das dificuldades de acesso das operadoras à região.

O programa Banda Larga nas Escolas estabelece que as concessionárias de telefonia fixa devem levar aos municípios infraestrutura de rede para a conexão das escolas públicas urbanas em banda larga. De acordo com o compromisso assumido pelas empresas, mesmo as novas escolas que surgirem durante a execução do programa serão conectadas até o fim de 2010.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

De cada 5 eleitores, 1 não foi à escola ou é analfabeto (Danuza Peixoto)

ANGELA PINHO
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA

A cada cinco pessoas aptas a votar neste ano, uma é analfabeta ou nunca frequentou uma escola.

São, ao todo, 27 milhões de eleitores nessa situação no cadastro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Desses, 8 milhões são analfabetos e 19 milhões declararam saber ler e escrever, mas nunca estiveram numa sala de aula. No total, há 135,8 milhões de eleitores no país em 2010.

A pior situação é no Nordeste: enquadram-se em um desses grupos 35% dos eleitores. No Sudeste, são 12%.

Os dados de escolaridade do TSE são uma estimativa, já que são fornecidos pelos eleitores no momento em que eles vão tirar o título e só atualizados caso ocorra uma revisão do cadastro.

O percentual de eleitores que nunca frequentaram a escola caiu de 23,5% na última eleição presidencial, em 2006, para 20,5% neste ano.

O voto das pessoas com menos instrução e menos informação tende a ter menos ideologia e mais personalismo, diz o cientista político Fábio Wanderley Reis, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais.

Por isso, diz, Dilma Rousseff (PT) é quem tem mais condições de angariar votos desse grupo, uma vez que se beneficia da associação com a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Reis ressalva, por outro lado, que também têm grande influência os programas sociais e o aumento da renda dos mais pobres.

Por ora, o quadro ainda é homogêneo entre os candidatos. Na última pesquisa Datafolha, há três semanas, a petista tinha 20% das intenções de voto entre os eleitores com escolaridade até o ensino fundamental, contra 16% de José Serra (PSDB).

O tucano, por sua vez, tinha três pontos de vantagem entre aqueles com nível superior. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

CANDIDATOS

Nas eleições deste ano, o analfabetismo não é exclusividade dos eleitores. Saber ler e escrever é uma exigência da Justiça para disputar a eleição, mas, ainda assim, cinco candidatos declararam ao TSE serem analfabetos.

Até 2004, os que se diziam analfabetos faziam uma prova para ter o grau de instrução avaliado. A partir de 2006, eles são chamados a fazer, no tribunal, declaração de próprio punho, afirmando que sabem ler e escrever.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Terminam amanhã as inscrições para o Enem; prova acontece em novembro (Danuza Peixoto)

DE SÃO PAULO

Terminam na sexta-feira (16) as inscrições para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2010. Pela primeira vez, será obrigatório que o estudante informe o número do seu CPF. As inscrições devem ser feitas exclusivamente via internet.

Enem cobra uso de língua estrangeira em situações do dia a dia

Inicialmente, o prazo de inscrição seria concluído no dia 9 de julho, mas foi prorrogado devido às fortes chuvas que atingiram os Estado de Pernambuco e Alagoas, provocando a perda de documentos de moradores.

De acordo com o MEC (Ministério da Educação), não será aceito que o candidato utilize o número do documento dos pais ou responsáveis, mesmo que o estudante seja menor de idade.

As provas serão realizadas nos dias 6 e 7 de novembro. O exame terá 180 questões de múltipla escolha e uma redação. A novidade para a edição deste ano é a inclusão de língua estrangeira. No momento da inscrição, o aluno deverá escolher entre o inglês e o espanhol.

No primeiro dia (sábado, 6 de novembro), as provas serão de ciências da natureza e humanas, cada uma com 45 questões. No domingo (7), os candidatos serão avaliados em matemática e linguagens, cada uma com 45 questões, além da redação.

A taxa de inscrição será de R$ 35. Estudantes que cursam o 3º ano em escola pública não pagam. Outros candidatos interessados na isenção poderão fazer o pedido assinando uma declaração de carência.

CPF

Segundo o MEC (Ministério da Educação), o próprio sistema de inscrição vai impedir que participantes usem o número do CPF de terceiros, pois buscará as informações do titular na base de dados da Receita Federal.

Os estudantes que não tiverem o documento podem retirá-lo em qualquer agência dos Correios, Banco do Brasil ou da Caixa Econômica Federal. No caso dos menores de 16 anos, é preciso que esse pedido seja feito pelos pais ou pelo responsável legal.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

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terça-feira, 13 de julho de 2010

Aumenta número de alunos na pré-escola e no ensino médio em 20 anos do ECA (Danuza Peixoto)

Os números da educação apresentaram mudanças positivas após 20 anos da aprovação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Atualmente, cerca de 7 milhões de crianças estão matriculadas na pré-escola, o que representa quase o dobro dos 3.628.285 alunos que frequentavam esta etapa do ensino em 1991.

O número de alunos da pré-escola aumentou mais significativamente nas regiões Centro-Oeste e Norte. As duas tiveram crescimento de mais de 100% no número de estudantes matriculados. A quantidade subiu de 176 mil para 413 mil alunos e de 213 mil para 559 mil, respectivamente.

No ensino médio, o número de estudantes matriculados é mais do que o dobro do total registrado em 1991. Naquele ano, eram 3.772.689 alunos nessa fase e, agora, são 8.288.520. No ensino fundamental, a quantidade de alunos teve um ligeiro aumento, passando de 29.203.724 para 31.512.884. Os dados são do Censo Escolar, do Ministério da Educação, e referem-se a levantamentos dos anos de 1991 e 2009.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Programa do MEC entrega 48,9 mil laptops em 112 escolas (Danuza Peixoto)

Até o fim do ano, o Ministério da Educação entregará 150 mil computadores portáteis a alunos de 300 escolas da rede pública



O programa Um Computador por Aluno (UCA) inicia, esta semana, a entrega de mais 48,9 mil laptops em 112 unidades de ensino. Até o fim do ano, o Ministério da Educação entregará 150 mil computadores portáteis a alunos de 300 escolas da rede pública. Até agora, 52,7 mil computadores já foram distribuídos em escolas públicas de todo o país. As informações são do site do MEC.

A distribuição do equipamento faz parte da política de tecnologias da informação e da comunicação (TICs). Os professores passam por capacitação para uso do equipamento. O modelo do laptop tem quatro gigabytes de armazenamento, 512 megabytes de memória, tela de cristal líquido de sete polegadas, bateria com autonomia de três horas e peso de até 1,5kg. É equipado para rede sem fio e com conexão de internet. O custo de cada equipamento é de R$ 550.

O investimento total no programa é de R$ 82 milhões. As escolas foram escolhidas pelas secretarias estaduais de educação e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). O programa teve a fase inicial em cinco escolas do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Para aperfeiçoar a educação, professores precisam ser valorizados, diz Serra (Danuza Peixoto)

Da Agência Brasil
No Rio de Janeiro
O aperfeiçoamento da educação no país deve incluir o treinamento e a valorização dos professores, segundo o candidato à Presidência da República pela coligação O Brasil Pode Mais (PSDB, DEM, PPS, PTB e PT do B), José Serra. “A educação tem problema no Brasil inteiro. Não adianta só o trololó, ficar falando isso e aquilo”, disse o candidato, que passou o dia de hoje (8) no Rio de Janeiro.

Serra analisou ainda os resultados do Índice Nacional do Ensino Básico (Ideb), divulgados no começo deste mês pelo Ministério da Educação. Os dados mostram que o índice no ano passado foi de 4,6 para os anos iniciais do ensino fundamental, meta prevista para 2011. Em 2007, o Ideb foi de 4,2, meta projetada para 2009.

“A educação tem problema no Brasil inteiro”, afirmou o ex-governador de São Paulo. “Fiquei muito satisfeito porque no período em que eu fui governador o exame do Ideb deu São Paulo como a maior melhora do Brasil. É uma tarefa muito difícil”, disse ele, enquanto caminhava pelo bairro de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Pelo Plano de Desenvolvimento da Educação em vigor, a meta é que o Brasil atinja a nota 6 no Ideb até 2022 - média que corresponde a um sistema educacional de qualidade comparável à dos países desenvolvidos.

“O governo federal tem que mergulhar nisso. Não adianta só o trololó, falando isso e aquilo. Para melhorar, temos que valorizar os professores e o seu treinamento, o aprendizado na sala de aula”, disse Serra. Ele fez hoje corpo a corpo no Rio de Janeiro na companhia do vice na sua chapa, deputado Índio da Costa (DEM-RJ).

Nos últimos dias, Serra foi ao Rio, São Paulo, Jundiaí e Campinas (no interior paulista) e Curitiba. Amanhã (9) ele pretende passar o dia entre Vitória e Vila Velha, no Espírito Santo. Também vai fazer corpo a corpo nas duas cidades.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Rio supera meta de alfabetização no ensino fundamental (Danuza Peixoto)

Carolina Gonçalves
Da Agência Brasil
No Rio de Janeiro
A rede municipal de ensino do Rio de Janeiro atingiu a média de 7,5 na primeira fase da Provinha Brasil deste ano. O desempenho no exame, que avalia o nível de alfabetização dos alunos do segundo ano do ensino fundamental, revela um número de acertos superior ao do nível desejável pelo Ministério da Educação para a primeira etapa.

Pelo menos 10 escolas do Rio mostraram aproveitamento de quase 100% na prova, incluindo unidades localizadas em áreas de confronto e violência. Os alunos da Escola Municipal Nova Holanda, no complexo de favelas da Maré, que tiveram aulas interrompidas diversas vezes em função de atos de violência no local, como lembra a diretora Thereza Gonçalves, obtiveram uma média de 9,0 na Provinha Brasil.

Para a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, a melhora na avaliação é resultado do conteúdo aplicado no primeiro ano do ensino fundamental e na formação continuada de professores de alfabetização. A secretária acredita que esses investimentos poderão reduzir a distância entre o desempenho das escolas particulares e públicas.

“As boas escolas privadas vêm alfabetizando em um ano as crianças de 6 anos. Nós podemos chegar a isso. Esses 7,5 significam que, em abril, os alunos do segundo ano já estão alfabetizados. Isso vai gerar também menos analfabetos funcionais. São crianças que não vão ter problema de desempenho no quarto, quinto e sexto ano, como nós temos ainda hoje em alguns casos.”

A secretária disse que o município trabalha agora com o desafio de garantir que 95% dos alunos estejam plenamente alfabetizados. Para isso, serão aplicadas duas novas avaliações. “Em julho, vamos fazer uma prova, nos moldes das nossas provas bimestrais para os alunos de primeiro ano para que cada professora possa saber em que estágio está seu aluno. E, em novembro, haverá uma avaliação externa que vai verificar se a alfabetização está concluída”.

A primeira fase da Provinha Brasil foi aplicada em abril, em 747 escolas da rede municipal do Rio de Janeiro, avaliando os conhecimentos da língua portuguesa, de 58.072 alunos. O exame é elaborado pelo Ministério da Educação que, define, pela quantidade de acertos, níveis que vão do 1 ao 5. Pelos padrões do ministério, na primeira prova, os alunos deveriam obter acertos suficientes que os enquadrassem no nível 3. Mas os resultados apresentados pelos alunos fluminenses nesta fase mostraram que 61% deles já estavam enquadrados nos níveis 4 ou 5.

A superação da nota mudou as metas de alguns diretores, como o caso da professora Iolíris Paes Alves, que coordena o Centro Glauber Rocha, no bairro da Pavuna, zona norte da cidade, que teve média de 9,9. Para ela, no segundo ano do ensino fundamental, a preocupação não é mais a alfabetização apenas, mas o aprimoramento de “conceitos para que, no futuro, esses problemas [que tornaram o estado do Rio como penúltimo lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, que avalia o ensino básico em todo o país] que estão ocorrendo no segundo segmento sejam sanados. Agora, nossa questão é aprimorar e investir na leitura, no reforço escolar dos que ainda precisam de um trabalho mais individualizado”.